Uma das mais recentes tendências em tecnologia móvel são os chamados wearables (acessórios tecnológicos), ou seja, aparelhos que se assemelham a acessórios comuns, como óculos e relógios.

O Google Glass, dispositivo semelhante a um par de óculos inteligentes da Google, não vendeu muito, mas o mercado de acessórios tecnológicos seguem em frente com o Apple Watch, o relógio inteligente e multifuncional da empresa do iPhone e do Mac, entre outras novidades.

Este tipo de tecnologia já está a ser visto como futuros dispositivos de pagamento móvel, substituindo ou complementando o que já é possível fazer com telemóveis e tablets.

Mas, será bom para o comerciante receber pagamentos de clientes usando um relógio inteligente ou outro acessório tecnológico?

Os relógios inteligentes já chegaram a Portugal

Falando em pagamento móvel, o Apple Watch foi criado já a considerar a sua utilização com o Apple Pay, a aplicação que também permite fazer pagamentos pelo iPhone via NFC ou Contactless. Em Portugal, o relógio inteligente da empresa da maçã pode ser adquirido por um valor a partir de €750.

E não é só a Apple que está interessada nesse nicho de mercado. Os relógios inteligentes Gear da Samsung estão preparados para saírem de fábrica com o Samsung Pay embutido – a solução de pagamento móvel da empresa coreana.

As aplicações serão as mesmas, no início

Como é percetível pelo que foi dito acima, as empresas que estão a desenvolver relógios inteligentes não parecem estar a pensar em investir em aplicações específicas para estes novos dispositivos. Ao contrário, é previsível que instalem os mesmos produtos já criados para os seus telemóveis e tablets nos seus acessórios tecnológicos. E isso terá duas consequências opostas:

Ter as mesmas aplicações não implicará em nenhum problema quanto à qualidade do serviço oferecido, já que as aplicações são moldáveis e podem ser adaptadas a diferentes dispositivos sem perda de recursos – desde que o sistema operativo seja o mesmo.

Mas, por outro lado, isso também significa dizer que muito do que poderá fazer com o seu iPhone, poderá também fazer com o Apple Watch, por exemplo. E isso pode levar algumas pessoas a pensar que não há  motivo real para investir num segundo aparelho, cuja aquisição é significativamente mais cara.

Por esse motivo, não há ainda certeza sobre que opção passará a ser a preferida dos seus clientes. Nisto incluem-se questões de segurança e de privacidade, já que um relógio inteligente é um aparelho que fica constantemente exposto no braço, podendo despertar a atenção de curiosos.

A informação para o marketing será mais importante

Especialistas acreditam que, de início, os acessórios tecnológicos terão um papel fundamental em termos de marketing, mas não em termos de pagamento móvel. Eles serão peças fundamentais bem antes do momento de pagar pela compra: durante a tomada de decisão e na observação do comportamento do consumidor como um todo.

Por estarem sempre ligados e acompanharem os seus donos a todo o sítio, será possível saber onde, quando e como uma pessoa adquire os seus produtos, e que circunstâncias interferem nesse processo de maneira ativa e passiva.

Sistemas de beacons podem ser ativados por este tipo de dispositivo assim que um potencial cliente entrar numa loja, por exemplo, gerando muita informação para o comerciante sobre que produtos despertaram o interesse dos seus clientes, e por quanto tempo. E esse tipo de dados pode valer mais do que a venda em si.

Claro que este tipo de vantagem traz consigo preocupações quanto à privacidade dos clientes. Por isso, é de esperar que esses mecanismos de rastreio, que lembram os cookies das páginas da internet, possam ser desligados pelos clientes sempre que eles queiram.

Para cada caso, uma solução

Assim como muitos de nós ainda possuem mais que um cartão de crédito, é bem provável que os acessórios tecnológicos venham a somar, e não a substituir outras formas de pagamento móvel.

O cenário mais provável é aquele em que cada pessoa irá escolher que forma corresponde melhor ao seu estilo e vida financeira, e decidir-se por um deles, ou escolher um para cada situação, produto ou serviço.

O que importa para si, comerciante, neste momento, é saber que essa tecnologia existe, entender como funciona e como esta irá afetar o seu negócio, seja em termos de custos ou de relacionamento com os seus clientes.

Por isso, fique atento:

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Observe se os seus clientes já começaram a comprar as novidades

Expanda ainda a sua visão de mercado sobre o que anda a acontecer no estrangeiro, caso atenda turistas.

Desta forma, estará sempre preparado para vender, antes dos seus concorrentes, seja qual for o novo tipo de acessório tecnológico a ser lançado no mercado.